segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

21 DE JANEIRO: DIA NACIONAL DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA


“De algo sempre haveremos de morrer, mas já se perdeu a conta aos seres humanos mortos das piores maneiras que seres humanos foram capazes de inventar. Uma delas, a mais criminosa, a mais absurda, a que mais ofende a simples razão, é aquela que, desde o princípio dos tempos e das civilizações, tem mandado matar em nome de Deus”. ( José Saramago) 


O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro, foi instituído pelo presidente da República, com a Lei Nº 11.635, em 27 dezembro de 2007.
A data deve ser celebrada anualmente em todo o território nacional, fazendo parte do Calendário Cívico da União para efeitos de comemoração oficial. Este é o segundo ano em que a data oficialmente será lembrada. E aqui vale algumas reflexões sobre o que leva uma sociedade em pleno século XXI a ter que instituir uma data para lembrar que temos que combater a intolerância religiosa. Como diz José Saramago, em nome de Deus, a humanidade tem cometido as maiores atrocidades e inventado as piores maneiras de perseguir e até matar pessoas simplesmente por não professarem a mesma fé. Isto por si só já mostra o quão desumano os humanos são. Principalmente na história das grandes religiões monoteístas, ao longo da história, percebemos oscilações de pacífica convivência intra e inter-religiosa, intercalados com momentos de extrema violência. Percebemos o ápice desta intolerância no Cristianismo quando na Idade Média os judeus passaram a ser perseguidos incansavelmente pela Inquisição, sendo obrigados a abjurarem de sua fé ou pagarem com a própria vida por professarem outra crença. Todavia esta intolerância não se dá apenas entre membros de uma religião contra outra, sendo que muitas vezes acontecem as maiores atrocidades entre membros de um mesmo grupo religioso, sendo as guerras entre cristãos uma constante na história (Católicos, Protestantes, Anglicanos, Evangélicos...). Ainda está fresca na memória as imagens de uma batalha insana dentro de um dos lugares mais sagrados do Cristianismo ocorrida entre cristãos ortodoxos armênios e gregos no dia 8 de novembro de 2008. Exemplos como este continuam a acontecer em todos os lugares todos os dias, cobrindo de vergonha a todos que professam o nome de Deus, seja ele Javé, Allá, Krishna, Orixás...etc.
Graças à este mesmo Deus temos também ao longo da história ventos de tolerância e respeito professado por indivíduos que buscam trazer um pouco de racionalidade a atitudes tão irracionais. Infelizmente no Brasil episódios de intolerância são freqüentes, não apenas no campo religioso, ocorrendo com também na área cultural, étnica, política e em questões de gênero e sexual, além do terrível desnível social que ainda impera no País. Esta intolerância está presente no dia a dia de milhões de brasileiros, em todos os lugares, seja no âmbito doméstico, nas escolas, igrejas, nos locais de trabalho e outros espaços públicos e privados, assumindo formas de violência implícita ou explicita, alimentando o ódio e o preconceito, destruindo sonhos e esperanças. Quando esta intolerância se dá simplesmente por questões religiosas, consegue-se passar por todos os limites das relações humanos, não respeitando sequer o Sagrado.
O Dia Nacional de Combate à intolerância serve para nos mostrar que queremos e podemos construir uma sociedade melhor, um Brasil melhor para nós e as futuras gerações, em que a liberdade de expressão e de vivência de suas opções e crenças sejam respeitadas, colocando a vida e a dignidade humana como valores fundamentais a serem preservados. Como sociedade, devemos denunciar todo e qualquer tipo de violência, preconceito e intolerância, pregando sempre a construção de uma cultura de paz e diálogo entre todos. Saudamos o Presidente Lula, que não apenas instituiu o dia 21 de janeiro como dia nacional de combate à intolerância Religiosa, assim como no último dia 27 de dezembro, no Rio de Janeiro, anunciou o Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, com o objetivo de dar atenção especial às práticas religiosas que sofrem preconceito no Brasil e impor punições drásticas às fontes do preconceito. Sabemos que apenas leis e boa vontade não mudam uma sociedade, mas ajudam a construir um país melhor e inclusivo para todos, em que a diversidade religiosa seja respeitada e garantida a todas as pessoas.


Por Luiz Alberto Barbosa  
21 de January de 2009



quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

FÓRUM PERNAMBUCANO AVANÇA NAS DISCUSSÕES


O CEN/PE - Coletivo de Entidades Negras de Pernambuco, a Casa Xambá, o Ilê Iyá Ori Axé Ogê Lawô, o POLOAFRO - Pólo de Saúde e Saberes Afro Brasil, o Ilê Oxum Gafunê, a Tenda Espírita Jesus, Maria e José, o Ilê Alá Obiketu Axé, o Ilê Omoisu Oguian, a Nação Maracatu Leão de Judá, a Assessoria de Direitos Humanos do Gabinete do Deputado Paulo Rubens Santiago, o Centro Espirita Templo dos Deuses e o Templo Espirita Caboclo Rio Negro, dão o ponta pé inicial na construção do Fórum Pernambucano da Religiosidade de Matriz Africana, tendo a honra de lhe convidar para participar da I Reunião do Comitê Pró Forum
Por entender a urgência do assunto, o CEN/PE tem feito diversas articulações com as representações religiosas do Estado e interior para que este espaço democrático não fique apenas no papel.
Fora a Sociedade Civil, diversos representantes estão sendo convidados para a I Reunião do Comitê Pró Fórum, tais como a Assessoria de Direitos Humanos, OAB/PE, CEPPIR/PE, UFRPE, UFPE, entre outras representações.
Segundo a Coordenadora Estadual do CEN/PE, Lindacy Assis, " O fórum é um espaço público, não governamental e apartidário. Não existe e nem existirá um dono que conduzirá o processo. Toda a Sociedade é chamada a discutir, organizar e encaminhar as propostas e para que se conheçam a fundo as demandas da População de Religiosidade de Matriz Africana. Todos os representantes de terreiros estão convidados a fazer parte do Comitê Pró Fórum, não existem cadeiras exclusivas".

O encontro realizar-se-á proximo dia 21 de dezembro as 18:30 na sede do SINTEPE, Rua General Semeão 51, Boa Vista ( próximo a Universidade Catolica de Pernambuco ).

Contatos:

Comitê PRÓ FORUM

Babalorixá Marcelo Uchoa
Babalorixá do Ilê Iyá Ori Axé Ogê Lawô
Coordenador do POLOAFRO - Pólo de Saúde e Saberes Afrobrasil
Coordenador Estadual de Religiosidade do CEN/PE - Coletivo de Entidades Negras
Mediador do Curso de Cultura e Religiosidade Africana

Egbome Lourdinha de Oyá
Casa Xambá
Coordenador Estadual de Saúde do CEN/PE - Coletivo de Entidades Negras

Luciana Marins 
Omorixá do Ilê Iyá Ori Axé Ogê Lawô
Coordenadora Estratégica para a Promoção da Igualdade do POLOAFRO - Pólo de Saúde e Saberes Afrobrasil

Lindacy Silva Assis
Bióloga Ambientalista
Coordenadora Estadual do CEN/PE - Coletivo de Entidades Negras
Membro da Articulação IST/AIDS

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Fórum de Discussões sobre a Lei 10.639/03



O CEN/PE e o Ilê Iyá Ori Axé Ogê Lawô lançam em parceria o Fórum Virtual de Discussões sobre a Lei 10.639/03 que obriga o ensino da História e Cultura Afro Brasileira nas escolas.
A Lei 10.639/03, sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva alterou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB). A partir de então, tornou-se obrigatório a inclusão, no currículo das escolas de ensino fundamental e médio (públicas e privadas), o estudo da História e Cultura Afro-brasileira. Busca-se com isso, resgatar a contribuição da raça negra nas áreas sócio / econômico, política e cultural no cenário brasileiro. A lei propõe ainda, que os calendários escolares incluam o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra.

Para participar do fórum, acesse: http://br.groups.yahoo.com/group/10639/

sábado, 7 de novembro de 2009

I Caminhada Nacional pela Vida e Liberdade Religiosa - 22 de novembro - Salvador - Bahia



Vista seu branco, junte-se a nos e faça a diferença!




A 5a CAMINHADA PELA VIDA E LIBERDADE RELIGIOSA e 1a CAMINHADA NACIONAL PELA VIDA E LIBERDADE RELIGIOSA é um evento organizado por diversas entidades de todo o país, para onde caravanas de vários estados estão seguindo. Pernambuco estará representada através do CEN/PE - Coletivo de Entidades Negras - e todos os que têm os mesmos ideais podem participar. Além da caminhada, muitas outras atividades estão programadas.

O CEN/PE está formando o grupo de Pernambuco que seguirá em dois ônibus para Salvador, mostrar nossa força e experiência como povo de axé. Vista-se de branco e inscreva-se. Os pacotes incluem o traslado Recife-Salvador, alojamento em casas de axé colaboradoras da Caminhada, alimentação, inscrição no seminário e visitação a alguns pontos turísticos importantes da cidade. Mais informações podem ser obtidas através do email cenpernambuco@gmail.com ou pelos telefones 81 - 9299.8221 (Lindacy Assis) 9728.4750 (Marcelo Uchôa).

Elizabeth de França Ferreira, a inesquecível Mãe Betinha para todo o seu povo, nasceu em 29.11.1909. Há cem anos, a cultura afrodescendente brasileira ganhou um nome de força comparável apenas à das águas de Iemanjá Sabá que lhe guiavam os passos. O Pólo de Saúde e Saberes Afro Brasil lança o projeto Memorial Mãe Betinha, para que este grande exemplo continue vencendo o tempo e perpetuando os seus ensinamentos. O Memorial Mãe Betinha, Elizabeth de França Ferreira, é um projeto do Pólo Nacional de Saúde e Saberes Afro Brasil, que tem como metas, estimular e apoiar as comunidades terreiro no desenvolvimento de atividades ligadas à saúde e cidadania em seu entorno social.
O Memorial Mãe Betinha se integra às demais atividades desenvolvidas pelo Pólo na valorização de um personagem de grande importância em diversas esferas. Para o Candomblé, Mãe Betinha representou a resistência da religião à intolerância no período do Estado Novo e a preservação de um formato de culto de origem iorubana, o xangô recifense ou nagô em sessenta e cinco anos de sacerdócio. Em sua atuação à frente da comunidade do Ilê Axé Yemanjá Sabá Bassamí, Mãe Betinha representou liderança, consciência e força na defesa dos direitos e da posição da mulher na sociedade. Seu exemplo ainda vai além da esfera religiosa, quando trouxe para um dos bairros mais populosos e carentes da Região Metropolitana do Recife, olhares nacionais e internacionais que transformaram o seu terreiro em uma reconhecida fonte do saber popular.

O Memorial contará com exposição permanente de fotografias, vídeos e objetos que ilustrem a figura da yalorixá Betinha de Yemanjá Sabá e sua tradição. O acervo será construído a partir da disponibilização de material por familiares, amigos, descendentes na religião e pesquisadores que a tomaram como referência. A estrutura física cedida para o Memorial será o antigo local reservado por Mãe Betinha para atender e aconselhar os que lhe procuravam. O espaço foi preservado em suas características básicas, mesmo após o fechamento do terreiro, decorrente do falecimento da sua zeladora.
A inauguração do Memorial será realizada no dia 29.11.2009, em comemoração pelo centenário de Mãe Betinha. O local ficará aberto para visitas individuais ou em grupo de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, mediante agendamento, nos dias de funcionamento do Pólo Afro Brasil e das atividades religiosas públicas do terreiro.
A inauguração do Memorial contará com a presença de autoridades, pesquisadores, lideranças sociais e religiosas, familiares e descendentes do axé de Elizabeth de França Ferreira, além da comunidade que cresceu ao redor do terreiro que conta aproximadamente 70 anos de história. Neste dia serão promovidas palestras sobre a história de Mãe Betinha e sua atuação na valorização e preservação da identidade afro-descendente em 70 anos de sacerdócio, debates sobre a luta histórica contra a intolerância racial e religiosa, exibição do premiado vídeo As Yalorixás do Recife, que reúne mulheres ícones da cultura negra recifense desde o século XIX, apresentações do Afoxé Omim Sabá, do Projeto Capoeira São Salomão, feira de arte, literária e coquetel aos convidados. Após os debates e coroando o evento, acontecerá a Festa de Iemanjá do Ilê Iyá Axé Ogê L´Awô, dentro da tradição Ketu, que sucedeu o Ilê Axé Yemanjá Abassami, do qual Mãe Betinha foi sacerdotisa.



Medalha Zumbi dos Palmares ao líder Marcos Rezende


Faixas brancas divulgam ação contra intolerância religiosa

Redação CORREIO


Foto: Reprodução


Diversas faixas brancas foram espalhadas nesta sexta-feira (9) em vários pontos de Salvador, como na Avenida Paralela, orla, Lagoa do Abaeté e Dique do Tororó. A ação contra a intolerância religiosa foi chamada de Alvorada dos Ojás.
 

A ação faz parte das atividades da 5ª Caminhada Pela Vida e Liberdade Religiosa, que vai ser realizada neste fim de semana na capital. A Alvorada foi lançada oficialmente na sede da Associação das Baianas de Mingau e Acarajé (Abam), que fica na Praça da Cruz Caída, no Centro Histórico de Salvador.





Fonte: Correio da Bahia